"O incêndio: como os aliados destruíram as cidades alemãs", por Jörg Friedrich

quarta-feira, julho 13, 2011 Sidney Puterman

Um livro-denúncia que versa mais sobre logística do que sobre justiça. Sobre a interminável pulverização de bombas no leito de cidades apagadas. O alemão Jörg Friedrich esmiuça o que os vencedores generalizam. E sua obra é sobre uma população resignada e confinada em porões. Sobre refúgios que se convertiam em covas. Sobre mapas, plantas industriais e baterias antiaéreas. Sobre bombardeiros e bombardeados. A derrocada intestina do Reich em uma biópsia minuciosa. Um mergulho na história das cidades alemãs e o rasgo no ventre operado pelo bombardeio inglês. A descrição do cotidiano popular nos bunkers e kellers. A rotina da morte e da destruição. O relato das bombas e os pormenores dos ataques à cada cidade. Os estragos causados, tijolo a tijolo. O madeirame incendiado. A têmpera alemã e a indiferença ao fogo britânico. Assinala Friedrich que os ataques que levaram a Alemanha às ruínas não foram capazes de atingir o objetivo aliado: parar a máquina de guerra do Reich. Também não transformaram a população em instrumento de pressão do governo nazista. Aos alemães coube cavar buracos e organizar procedimentos, desenvolvendo um acurado sistema de proteção aos sãos e assistência aos feridos. O esforço, brilhante, pouco funcionou, ao fim, diante de bombardeios que recrudesciam e de uma resistência que se esfacelava.  Restou aos alemães se resignarem. E, sem outra opção, morrerem.

Editora Record, 585 páginas

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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