"Vida que segue", por João Saldanha
Os clichês “sujeito valente”, “grande comunicador do rádio” etc têm espectro restrito quando nos valemos deles para definir João Saldanha. Se fosse só isso – ainda que isso tudo – seria pouco para justificar a lenda. O gaúcho de Alegrete foi dirigente, jornalista e treinador de uma das maiores seleções de futebol de todos os tempos, exercendo todas as funções de forma brilhante: até hoje se escreve sobre ele e se lê o que ele escreveu. O livro em si traz o homem no auge - e reúne crônicas que falam dos preparativos para duas copas do mundo, as de 66 e 70. Pode parecer coisa insossa e datada, textos de quatro décadas atrás falando de treinos, mas aí é que está o xis da questão. As crônicas parecem ter sido escritas hoje pela manhã. Saldanha antevê. E, assim, mostra que é viável evitar um erro anunciado. O óbvio que ninguém enxerga (a história de por o ovo em pé) e o honesto jorram dos textos curtos que o João Sem Medo publicou. Pena que não foram suficientes para mudar a história; aplaudi-lo não significou segui-lo. Até hoje reverenciamos João Saldanha, quando, muito mais que isso, nos bastaria por em prática as fórmulas de ação que ele deixou. Fácil, porque são auto-explicativas. Defendê-las contras os obtusos e os crápulas e, após a batalha inglória, executá-las, é que é difícil. Grande João. Que o Brasil ainda venha a te merecer.
Editora Nova Fronteira, 302 páginas
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