"As Sessões", por Cheryl Greene

domingo, setembro 21, 2014 Sidney Puterman

O que me vem à cabeça ao fim do livro: delicadeza e honestidade. Piegas, decerto, mas faz justiça ao discurso claro e linear da autora. O subtítulo "Minha vida como terapeuta do sexo" define menos a obra do que sugere a princípio, induzindo o leitor a pressupô-la um rol de taras. Não irá encontrá-las. É fato que as descrições são muitas e literais, mas - para os nossos padrões de sensualidade - assépticas. E, se o sexo é o tema no qual se fundamenta o livro, o texto circula é ao redor da personalidade de Cheryl. O foco soberano da biografia é sua vida familiar - seus pais, seus maridos, filhos, amizades. Apesar da banalidade, é agradável, pela forma desabrida com que aborda as expectativas sexuais e também por desmontar os preconceitos atados ao universo feminino (o conteúdo informativo sobre sexo é relevante, ainda que a sexualidade americana difira da brasileira). O saldo é uma história de vida interessante, que, se teve a publicação motivada pela atípica ocupação profissional de Cheryl, é sobretudo um retrato da mulher criada na América dos anos 50 e 60, local e período com lugar cativo no nosso imaginário. Levando em conta todas as variáveis, resta uma boa leitura.

Editora Best Seller, 271 páginas

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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