"A Queda", por Diogo Mainardi
Se Belchior fez “Paralelas”, Diogo Mainardi fez paralelos.
Belchior abriu mão da notoriedade e desapareceu do Brasil, deixando o Corcovado
de braços abertos. Diogo Mainardi abriu mão do Brasil e só veio a redescobri-lo
pelas garagens da Vieira Souto. Nelas, ensinava, de braços abertos, o filho a andar, na expectativa
troncha de evitar suas quedas. Em vão. O livro de Mainardi é assim: circular.
Estabelece paralelos eivados de sarcasmo e erudição e, por meio deles, dá os
passos da história de Tito, seu filho vítima de paralisia cerebral por conta de
um erro médico cometido pela dotoressa F,
no Hospital de Veneza. Se Tito é
claudicante e cai, Diogo é debochado e firme. Avesso à auto-comiseração, o pai
expõe a trajetória de Tito e reafirma sua mudança íntima em prol do filho aleijado (a expressão,
dura, é reiteradamente usada por Diogo).
Assim, à moda Mainardi, nos deparamos com uma história de amor e
superação envolvendo pai e filho. Bonita história, escrita por um autor
presunçoso, agressivo e inteligente. O protagonista, Tito, é feliz. O pai,
Diogo, escreve bem.
Record, 150 páginas.
Também li e gostei bastante. E sua resenha pegou tudo muito bem; está excelente.
ResponderExcluirValeu, Jair! Obrigado pelo comentário.
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