"Mulheres Viajantes no Brasil (1764 - 1820)", por Jean Marcel Carvalho França
Mulheres são críticas. E nas suas análises, agudas. Intolerantes. Por isso, acima de tudo, esse pequenino livro tem gosto de quero mais. Ao avesso, elas provocam nossa brasilidade. Nos melindram. Àcidas, as donas gringas não perdoam as mazelas da simplória e preguiçosa civilização colonial brasileira. A indolência, a sujeira e a malícia do colonizador português. A devoção de araque das fiéis. O recolhimento dissimulado das mulheres do lugar. A baixa vocação do nosso regente imperial ao cargo ocupado – ou a qualquer cargo. Como o livro é mínimo, a resenha deve ser curta. São três senhoras viajantes ao nossos país em cueiros (o Brasil, não as senhoras), em períodos diferentes do nosso tacanho passado. São elas absolutamente coerentes com os demais relatos conhecidos – ou seja, afora a beleza dos morros, o que nos sobra é nem um pouco elogioso. De lá pra cá, passaram-se dois séculos de permanência avassaladora. E segue a carruagem.
Editora José Olympio, 98 pgs
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