"O efeito Facebook", por David Kirkpatrick

sexta-feira, novembro 18, 2011 Sidney Puterman


A laminação da bela capa do livro descolou. Ela é a cobertura de um fundo prata, de uma impressão sofisticada, com uma silhueta em azul feicebuquiano; já a silhueta misteriosa, por sua vez, parece a do Timtim, o herói belga de Hergé, mas deve ser a do Mark Zuckerberg, o herói endinheirado do Kirkpatrick, autor do livro. Ambos - autor e livro – têm uma missão, que salta aos olhos desde o início: defender Zuckerberg da versão sobre o surgimento do Facebook,  tornada mundialmente famosa pelo filme “A rede social”, que se baseou no livro “Bilionários por acaso: a criação do Facebook”, de Ben Mezrich (confira abaixo a minha resenha). David faz um histórico interessante – sob uma ótica comprometida com a defesa de Mark, que fique claro – do desenvolvimento dos sites de relacionamento. O livro relaciona 1.237 números favoráveis ao Facebook (cifras, estatísticas, ofertas, avaliações etc). O livro tem também por atribuição desdenhar do brasileiro Eduardo Saverin, apresentado no filme como o sócio co-fundador do FB e que foi traído e expulso da sociedade (e que acabou por ter reconhecido pela Justiça americana o seu vínculo com a empresa, que determinou que 5% das ações fossem entregues a ele). O livro diviniza Zuckerberg e pinta-o como um missionário disposto a mudar o mundo, criando um site onde a transparência e a amizade entre pessoas e povos seja soberana. O livro exalta o Facebook como a mais fantástica empresa surgida no Vale do Silício (e depois despreza o Vale do Silício). O livro… bem, o livro puxa o saco de Mark Zuckerberg. Se alguém quer muito saber sobre o FB e não se importa de ler uma versão chapa-branca dessa estória, onde um Mark semi-autista é mitificado, vai encontrar bastante matéria-prima nessa obra tediosamente volumosa. Para saber se o conteúdo apoteótico procede, há que se checar. Mas a laminação da capa soltou todinha.

Intrínseca, 416 pgs

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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