"Cento e uma noites: histórias árabes da Tunísia" por Mamede Mustafa Jarouche

quarta-feira, junho 22, 2011 Sidney Puterman

Rococó, chato e inverossímil. Histórias sem pé nem cabeça e também sem vergonha nenhuma, onde virgens são possuídas a torto e a direito e muito príncipe abandona seu harém para ficar com um bonito rapaz (em tempo: comentário com desapreço, mas sem homofobia). Traições, taras e vontades estapafúrdias permeiam essas noites tunisinas, como o homem que, com direito aos três desejos de praxe, pediu para ter “muitos cara(*)hos”. O pedido foi atendido, mas o gajo, insatisfeito com o resultado, desperdiçou seu segundo desejo, rogando que lhe fossem retirados os cara(*)hos. Como não se explicou muito bem, o gênio retirou todos e o deixou absolutamente sem nenhum; assim, o terceiro desejo foi consumido pedindo que lhe fosse restituído o original, ainda que torto... como se vê, um conto mimoso e edificante. No mais, em meio às dezenas de despautérios, temos uma profusão de xeques, escravas, califas e muitas cabeças cortadas. Perversões incontáveis em uma narrativa cheia de arabescos, a primeira edição culmina coerentemente, com um erro de impressão que faz com que o texto da penúltima página não tenha seguimento na página final, e a obra assim encerrando em grande estilo as 317 páginas anteriores: sem nexo. OK. Mas... e a foto do post tem o quê a ver com isso? Eu sei lá. Só reproduzi a foto da capa. É isso. Para quem quer uma leitura genuinamente trash, é só cair de boca. No livro, bem entendido.

Editora Hedra, 318 pgs

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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