"Até o fim", por Traudl Junge
A visão de idílio doméstico e convescote no campo com que a autora nos brinda faz do quartel-general nazista um encontro de militares aposentados em Pindamonhangaba. O relato revela a rotina banal de homens que diariamente determinavam a morte de milhares de seres humanos. Hannah Arendt é autora recorrente ao nos depararmos com a banalidade desses agentes do mal: tio Hitler, tio Goebbels, tio Göring e outros titios genocidas agem como se proprietários de uma oficina (ainda que de desmanche), onde entre bielas e obuses se discute a destruição de nações – e isso em pleno almoço, enquanto alguém pede que se passe o prato de chucrute. Mais do que o hoje já conhecido cotidiano no bunker teutônico, a trajetória da alienada secretária do führer, Traudl Junge, retrata a vida de uma colaboradora nazista no pós-guerra na Alemanha ocupada. Uma sonsa germânica em um depoimento importante, ainda que calculadamente minimizado.Ediouro, 227 pgs
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