"Até o fim", por Traudl Junge

domingo, junho 26, 2011 Sidney Puterman

A visão de idílio doméstico e convescote no campo com que a autora nos brinda faz do quartel-general nazista um encontro de militares aposentados em Pindamonhangaba. O relato revela a rotina banal de homens que diariamente determinavam a morte de milhares de seres humanos. Hannah Arendt é autora recorrente ao nos depararmos com a banalidade desses agentes do mal: tio Hitler, tio Goebbels, tio Göring e outros titios genocidas agem como se proprietários de uma oficina (ainda que de desmanche), onde entre bielas e obuses se discute a destruição de nações – e isso em pleno almoço,  enquanto alguém pede que se passe o prato de chucrute. Mais do que o hoje já conhecido cotidiano no bunker teutônico, a trajetória da alienada secretária do führer, Traudl Junge, retrata a vida de uma colaboradora nazista no pós-guerra na Alemanha ocupada. Uma sonsa germânica em um depoimento importante, ainda que calculadamente minimizado.

Ediouro, 227 pgs

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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