"Como matar a borboleta-azul", por Monica Baumgarten de Bolle

sábado, dezembro 22, 2018 Sidney Puterman

Nem todo pão requentado é café da manhã de segunda linha. Depende do pão - e de como você o requente. O trazido à mesa por Monica de Bolle merece todas as reverências. A economista, generosa, escarafunchou as dezenas de artigos que publicara ao longo dos cinco anos e meio do governo Dilma Rousseff. Mas, ao invés de nos restringir a uma coletânea burocrática, de Bolle ampliou a análise e destrinchou a economia brasileira no período, apesar das suas muitas idiossincrasias. Seus artigos foram empregados como marcos de passagem em uma novela sem fim, onde a trilha sonora foi o monocórdio bater de panelas. No script há poucos mocinhos e uma infinidade de vítimas. Para temperar a trama, ela se vale de metrôs desaparecidos, locomotivas descarrilhadas e borboletas extintas. Eu, que não a conhecia, agora sei que Monica de Bolle é dona das mais criativas e elegantes metáforas da economia brasileira. Tradutora no Brasil do aclamado - e polêmico - "O Capital no século XXI", de Thomas Piketty, Monica nada de braçada no inóspito mar de tubarões (ou mangue de caranguejos, mais factível) da economia nacional. De Bolle discorre sobre a política econômica no governo Dilma Rousseff. Ainda que crítica sobre sua estratégia e execução, à certa altura do livro reconhece seu impacto: "Os doze anos de governo petista até o fim de 2014 viram extraordinária mobilidade social, impulsionada pelo crescimento da economia, pelos programas de transferência de renda e por generosa, ainda que atípica, regra de indexação do salário mínimo. (...) Em 2012, o salário mínimo aumentou 14%, o que (...) ajudou várias famílias a sair da pobreza e/ou entrar na classe média." Não se iluda o incauto, porém, com o que parece reconhecimento seguido de celebração - o que vem após a sorridente constatação é severa reprimenda, para dizer o mínimo. Bem, "após" é força de expressão - muito antes, ao fim do primeiro ano do governo Dilma, Monica já havia escrito: "Por incrível que pareça, o governo Dilma Rousseff está prestes a completar somente um ano. Depois de tantas cabeças de ministros (a faxina do início do ano), tamanha dificuldade para governar com uma coalizão e um partido retalhados e tantos altos e baixos na economia internacional e na doméstica, parece até fim de mandato." Não foram somente os primeiros doze meses. De Bolle acompanha a cambaleante movimentação econômica dos longos sessenta e quatro meses dilmistas com o rigor analítico de uma Barbara Heliodora. O âmago da sua tese parte da condescendência com que a presidenta lidou com as expectativas inflacionárias, desde o início. Como ziguezagueou pelas vielas de uma ausente política cambial. Como perseverou na sua crença ignara de um crescimento que não vinha, não só pelas duas premissas anteriores, como pela falta de investimento em infra-estrutura, a curto e médio prazo, e em educação, a médio e longo prazo ("De onde viria o crescimento sustentável num país que não educa com qualidade, em que a infraestrutura se esfacela e a carga tributária é esmagadora?") Com estes poucos ingredientes, De Bolle serve um banquete. Infelizmente para os convivas, azedo. Critica a tal "inflação do bem" de Dilma. A "guerra cambial" de Mantega. A insistência cabalística nas medidas macroprudenciais. Um grande exercício de experimentalismo econômico com a grife da convicta Vana Rousseff: "Dilma não queria as políticas econômicas tradicionais, o receituário anos 90 de elevar os juros para conter a inflação. Queria, dentro do seu plano maior para a economia brasileira, reduzi-los. Por essa razão, enveredou por caminhos tortuosos, deixando de lado a sobriedade da ortodoxia tradicional (...) A tentativa de gerar crescimento por meio de um modelo calcado no incentivo ao crédito e ao consumo. A contradição entre o modelo de crescimento e a necessidade de manter a inflação sob controle levaria a que, ao longo de todo o primeiro ano de seu governo, a presidente e o BC vacilassem entre o combate inflacionário e a preservação do crescimento." O livro coteja os equívocos econômicos do período a citações saborosas, como a do dramaturgo George Bernard Shaw: "Para todo problema complexo existe uma solução clara, simples e errada." Ou de outro George, o Orwell: "Todos somos capazes de acreditar no que sabemos ser falso, e quando enfim os acontecimentos provam que estávamos errados, reinterpretamos os fatos de modo despudorado para mostrar nossos acertos." A crise global não passa ao largo. Pelo contrário, é referência recorrente. O cataclisma dos subprimes nos EUA, a devastação fiscal grega, o afrouxamento quantitativo para dar fôlego aos mercados (programas de compras de títulos do governo criados pelo FED, chamados Quantitative Easing, ou simplesmente QE), foram todos contextos e ferramentas esmiuçados por De Bolle. Crises das quais o presidente anterior debochara (a tal "marolinha", a prova de que os louros de olhos azuis estavam aprendendo conosco, no estilo garganta que tanto agradava às declarações de um Lula eufórico consigo mesmo) e às quais a sua sucessora atribuía todos os nossos males. Contraditórios, os argumentos. O inventor de Dilma dizia que estávamos bem porque sabíamos muito mais que os gringos, então envoltos em um torvelinho. Alguns trimestres depois, era a sua inventada quem atribuía aos gringos o fato de estarmos mal.  A falta de expertise para lidar com a questão econômica ficava patente pelos estratagemas ingênuos dos quais a presidenta lançava mão. Inabalável na sua fé de que o consumo das famílias era o fator propulsor do crescimento, subordinou toda a política econômica do país a esta crendice, partilhada pelos seus ministros da Fazenda Guido Mantega e Nelson Barbosa. Segundo Monica, "foram revertidas algumas das medidas macroprudenciais de restrição ao crédito adotadas no início do ano (...), resolveu-se diminuir o imposto sobre geladeiras, máquinas de lavar, fogões, sem falar nos automóveis. Tudo isso para incentivar as famílias brasileiras a comprar, comprar. Só que as famílias brasileiras já estavam bastante endividadas depois do surto de crédito de 2010 que ajudara a eleger a presidente." O livro, publicado no fim de 2016, não imaginava que o candidato a presidente e ex-Ministro da Fazenda (tampão) de Itamar (também tampão), Ciro Gomes, ia ter por plataforma de campanha, em 2018, tirar do SPC as tais famílias endividadas - que compraram com juros suas TVs de plasma para ver o Brasil jogar, a seleção canarinho sossobrou e a capacidade de pagamento idem. A síntese da autora para o período dos dois mandatos de Lula é primorosa. "O Brasil de 2003 a 2010 foi impulsionado por um tremendo 'choque positivo', um maná dos céus - no caso, da China e de outras grandes economias emergentes. Nossos termos de troca - a razão entre o preço das nossas exportações e o custo do que importamos - subiram de forma extraordinária. O aparente enriquecimento do país, aliado ao dinamismo do mercado interno, galvanizado pelas politicas de inclusão social, tornaram-nos extremamente atraentes para os investidores externos. Um montante inédito de recursos entrou no país, aumentando as reservas internacionais e valorizando o real, algo que deixou o governo um tanto insatisfeito. A euforia dos estrangeiros se intensificou depois que a crise financeira sobreveio solapando os países maduros e reduzindo as oportunidades de investimento lá fora. A bonança externa possibilitou que as políticas de estímulo ao crédito, ao consumo e ao investimento fizessem o crescimento deslanchar com inflação razoavelmente controlada. Afinal, as pressões desinflacionárias do quadro internacional seguraram, durante um bom tempo, os preços por aqui, mesmo com o aquecimento da demanda doméstica brasileira. Nunca antes havíamos crescido 7,5% com uma inflação abaixo de 6%, como em 2010." Monica prossegue, com enorme clareza: "Em 2011, o mundo começou a mudar. A China resolveu modificar seu modelo de crescimento (...). A desaceleração chinesa e os desequilíbrios acumulados nos outros países emergentes fizeram com que tais economias também passassem a crescer menos (...). A bonança externa se foi. Sem as economias emergentes para ajudar e com o mundo desenvolvido aturdido pelo excesso de dívidas, o Brasil tinha de contar com as próprias pernas para crescer." Não foi muito bem-sucedido, como sabemos. Circunstanciando, vindo até 2018 com os olhos no fim da década passada, a Época dessa semana trouxe um pinga-fogo do mercado editorial entre Marcos Pereira, sócio da Sextante, e Júlio Silveira, fundador da Casa da Palavra, sobre o processo de recuperação judicial que vitima as duas maiores livrarias do país, Saraiva e Cultura. Pereira elenca entre os pontos-chave da crise a "expansão do número de lojas a partir de 2009, acreditando no crescimento econômico do país e o posterior quadro macroeconômico, com inflação alta entre 2010 e 2015 e a recessão de 2015 e 2016". Silveira crê que "houve um excesso de expectativas, apostou-se que o país continuaria crescendo, inserindo mais consumidores de bens culturais e o governo financiou esse otimismo. O mercado movimenta hoje 60% do que valia quando começou a corrida expansionista." Este enxerto é meu, do Sidney, mas me pareceu traduzir em varejo futuro o que foi provocado pelo atacado pretérito. Ainda que as decisões tenham sido empresariais, o governo induziu o mercado brasileiro a erro, gerando uma bolha insustentável no tempo e no espaço. Voltando à autora, de onde não tornarei a sair, o governo fez pacotes sucessivos de qualidade duvidosa. Em frase atribuída a Warren Buffet, "se você está em um buraco, pare de cavar". Certamente Dilma não escutou o adágio, ou o ignorou. Tão ou mais preocupante que a linha tortuosa traçada pela equipe econômica, era como ela divulgava suas ações futuras, como a tal Nova Matriz Econômica, também chamada a "matriz do ministro". Ninguém entendeu, mas todo mundo temeu. Monica disserta sobre a relevância da retórica para a previsibilidade da economia: "A narrativa. Aquilo que o economista Alan Blinder chamou de a arte da política monetária é, desde 2012, o viés cada vez mais literário das instituições responsáveis por executá-la. Hoje a eficácia dos seus mandatos, sabem os Bancos Centrais, depende de uma boa história." Óbvio, não? digo eu, leigamente. Quanto mais bem apresentado ao mercado, mais previsível; quanto mais previsível, mais estável, sem solavancos; quanto mais estáveis as perspectivas econômicas, mais bem pavimentadas estarão as condições para o crescimento. Sei o que qualquer beócio sabe. Ministros de economia também deveriam saber e fugir das incógnitas herméticas como um diabo malandro foge das ave-marias. De Bolle destaca o deleite de Dilma com a reorganização capitalista de Cuba - e não somente ela. "Ilhas. Economistas são fascinados por ilhas. A primeira coisa que os alunos de economia estudam ao entrar na faculdade são as relações de trocas fictícias numa ilha imaginária." O nosso grande problema é que a imaginação petista custou bilhões ao povo brasileiro e não resolveu os problemas do povo ilhéu - apenas o de alguns dirigentes. As digressões de Monica são sempre divertidas, como quando nos apresenta o site wheresgeorge.com, criado para mapear a circulação das notas de um dólar e que acabou brilhantemente empregado pelos físicos para entender a dinâmica da propagação de um vírus mediante a velocidade do deslocamento humano. Ou quando nos apresenta o Misery Index, genial sacação do economista americano Arthur Okun para medir a qualidade de vida do cidadão médio. De uma simplicidade catatônica, soma a taxa média de inflação com a taxa de desemprego. Só. Por exemplo, o índice de mal-estar dos EUA em 2010 (ainda sob efeito da hecatombe financeira) era de 11,2, e caiu para 5,3 em 2015. Neste mesmo ano, o da China era 7,2; do México, 6,9; da Colômbia, 13,8. Do Brasil foi de 19,7, quase o dobro do ano anterior. Um cálculo banal, com uma capacidade de explicação exponencial. Em 2017, tivemos 2,95% de inflação e 12,7% de desemprego, o que dá 15,7 de sofrência. Ainda alto, mas não se sai da UTI vencendo provas de atletismo (lembrando que a previsão para 2018 é de piora). Mas o importante é que o entendimento de Monica de Bolle do cenário enfrentado por Dilma Rousseff é solidário. Ela não antagoniza com a mandatária número um do país, antes busca se por in her shoes, para melhor enxergar seus dilemas. Para tentar, ao seu jeito, escapar da areia movediça do Custo Brasil ("alta carga tributária, infraestrutura precária, custo elevado da mão de obra por conta da inflexibilidade da lei trabalhista etc"), o governo de Dilma apostou no antigo stop and go ("medidas econômicas de curto alcance usadas para atingir objetivos contraditórios simultaneamente, como o de impulsionar o crescimento e combater a inflação") dos anos 70 e 80, que Monica rebatizou com o nome de um samba (!) de Raul Seixas, "Aos trancos e barrancos". Como exemplo das consequências que uma política errada pode provocar, De Bolle destaca que o crédito público no início do governo petista estava em 30%, reduzido que fôra pela privatização ou extinção de bancos estaduais. No terceiro ano do governo Dilma, estava em 40% e, no quinto ano, em inimagináveis 55% - ou seja, mais da metade do endividamento total no Brasil provinha do governo. A autora não menciona, mas fica claro que estávamos em plena gestação das pedaladas - e, certo de que, se você é brasileiro, não estou cometendo nenhum spoiler, esta história não ia acabar bem. Os subterfúgios da equipe petista drenaram a saúde da economia brasileira. Monica descreve o problema dos bancos públicos: "Quando o Tesouro resolvia repassar mais dinheiro ao BNDES, emitia títulos nos mercados, tomando empréstimos à taxa de juros vigente; em seguida, esses recursos eram repassados, na forma de empréstimo, ao BNDES à taxa TJLP. Como as taxas de mercado eram muito maiores do que a TJLP, o governo estava na prática subsidiando as operações do BNDES. (...) A conta salgada desses subsídios sempre foi paga com a arrecadação de impostos, ou seja, o bolso da população brasileira. (...) Gastou-se por ano cerca de 1% a 2% do PIB com esses subsídios, ou a bagatela de uns R$ 120 bilhões em 2014. Como os empréstimos do BNDES são de um prazo bem longo, o Tesouro continuará arcando com esses subsídios até 2060." Para que o leitor amigo não se esqueça, esses empréstimos eram feitos aos Odebrechts, Joesleys e Eikes, os campeões nacionais eleitos pelo peculiar modo petista de administrar as finanças públicas. O tão proclamado dinheiro do povo brasileiro foi assim parcialmente transferido, pelo governo do PT, dos cofres públicos de origem para a conta dos milionários campeões aquinhoados, que, hoje sabemos, devolviam uma parte gorda desta transferência ao próprio PT (ressaltando que muito poucas vezes Monica menciona a corrupção como fator da derrocada do país, embora também o faça). E convém salientar que nem Dilma, nem Lula, consideram ter sido este um receituário equivocado - fariam tudo outra vez, tim-tim por tim-tim. Como ressaltou o ex-presidente em "A verdade vencerá", livro publicado em março deste ano, em que se "defende" da condenação por corrupção. Caso vencesse as eleições presidenciais de 2018, Lula diz "eu colocaria 100 bilhões de reais da reserva para fazer o país voltar a crescer. O BNDES vai voltar a financiar o crescimento econômico deste país e este país vai voltar a crescer. Vai aumentar a dívida? Vai. Mas nós vamos pagar. E vamos pagar quando o PIB crescer. É por isso que quero voltar. Estou convencido de que posso ajudar a resolver o problema do país." Mas este do Lula e da Boitempo é um outro livro, com preocupações mais políticas e menos técnicas, o que nem de longe é o caso de De Bolle, que prima pela precisão. O texto da autora é saboroso e seu panorama é fidedigno. A solução encontrada de fazer das suas colunas eixos de sustentação de uma extensa digressão sobre a política econômica do governo de Dilma Vana Rousseff funcionou. Fica assim mais que patente a obtusa sucessão de convicções estapafúrdias que nos jogou numa crise da qual ainda não saímos. O artigo que dá título ao livro foi publicado por Monica de Bolle em setembro de 2012. Fala de uma infestação de coelhos no sul da Inglaterra. Para controlá-la, as autoridades inglesas inocularam na população de orelhudos um vírus que os deixava letárgicos, reduzindo a sua taxa de reprodução. Pela falta de coelhos, a vegetação cresceu demasiado, dizimando a população de formigas que precisava da grama baixa para se alimentar. Essas formigas agiam em simbiose com as borboletas azuis, pois carregavam suas larvas para o formigueiro, onde as lagartas cresciam até que se tornassem adultas. Sem as formigas, as larvas das borboletas ficaram expostas aos predadores, e assim a borboleta-azul foi extinta do sul da Inglaterra. Com a parábola, Monica criticava as políticas protecionistas do governo Dilma que, ao invés de protegerem o mercado, o fragilizavam. A autora revela uma inusitada empatia pela presidenta, que, confesso, me falta. Mas não a torna menos ácida quanto à mãe do PAC, como quando se refere ao "infeliz mote do segundo mandato, Brasil Pátria Educadora. Pátria dos 40% que não leem livros." Por fim, não passa despercebida à Monica a pouca inteligente divisão ideológica que passou a caracterizar a discussão política. "Não há meio-termo, tampouco conciliação. No Brasil pós-Lula, no Brasil quase pós-PT de 2015, no Brasil de hoje, ou se é uma coisa ou outra. Desenvolvimentista ou neoliberal? O sujeito liberal não pode gostar de desenvolvimento; é o rico, o representante da elite, o rentista. Já o desenvolvimentista é aquele que sabe do que não gosta, mas não entende muito bem aquilo que defende (...). O corpo caloso do cérebro desenvolvimentista é composto por um tipo de complexidade peculiar. As estruturas que conectam os dois hemisférios - a lógica, de um lado, a criatividade, de outro - são incapazes de conectar salários que crescem acima da produtividade com a inflação galopante que assola o país. (...) O sistema límbico, a parte mais primitiva do cérebro, responsável pelas emoções, reage de modo visceral no cérebro desenvolvimentista. Incandesce quando processa palavras como 'capitalismo', 'mercado', 'expectativas'. Acalma-se apenas quando o tronco encefálico pulsa com os axônios do 'endividar-se para crescer' e do 'expandir o crédito público para impulsionar o crescimento'. O cérebro desenvolvimentista não faz a conexão entre um lado e o outro." Em meio a este caos cerebral, três anos depois, o Brasil elegeu Bolsonaro. O deputado ex-capitão habilmente cooptou o sentimento de aversão da população brasileira à gestão e à retórica petista. Mas não cooptou Monica, como resta incontroverso em seu artigo "O que aprendi em 2018?", em que resgata um tema caro ao livro, As cinco leis fundamentais da estupidez humana, de Carlo Cipolla. Se no livro as referidas leis se aplicam à Dilma e sua entourage, agora ela as vê bem representadas pelo novo presidente, o Messias. Identifica estupidez nas ações de governo já anunciadas, como a troca da embaixada em Israel e as críticas às teses de aquecimento global, como também ao movimento Escola Sem Partido e uma suposta reação contra a imigração. Eu, particularmente, estou com Monica nas duas primeiras e vejo de forma diferente as duas últimas (inclusive não vi ainda uma ameaça de coibir imigrantes, que eu rechaçaria). Mas não vamos aqui misturar alhos com bugalhos. A homenageada com a substanciosa obra de De Bolle é a mineiro-búlgara Vana Rousseff, o que é muito justo. No fim das contas, além de ter jogado um país de 200 milhões de habitantes em uma recessão monumental, Dilma foi a única presidenta na história desse país a saudar a mandioca. Noves fora, isso é o que fica.

Intrínseca, 268 páginas

P.S.: Se um governo demoliu um país, minha academia de quinze anos também se dissolveu em ruínas. A fotografia do livro, sobre o banco de apoio dos pés no supino, conta um pouco da história de ambos.

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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