"Nem os mais ferozes", por Edward Bunker

terça-feira, março 27, 2012 Sidney Puterman


Na leitura desse livro nervoso, você anda todo o tempo na companhia do tigre – que, aqui, escreve em primeira pessoa. Ele, o autor, passou boa parte da vida na prisão (OK, nem tão boa assim). A outra parte, a parte melhor, passou fora dela, em péssimas companhias e praticando péssimos hábitos – quase todos contra a lei. O bom é que o autor leu muito enquanto esteve preso. Dominou a técnica. Assim, além de roubar e matar,  passou também a escrever bem demais. A prosa que ele derrama  é ácida. Seus personagens são sujos – ele, mais ainda. Sua ótica é a do predador. O mundo ao redor é a sua caça; e os policiais atrás dele são seus perseguidores. O tigre está solto e você respira no mesmo ritmo que ele. Espremido entre esses dois lados da sociedade (vítimas  e algozes), ele nos concede o raciocínio do criminoso. Ué, não gosta? Não leia. Ele não perdoa. Mesmo.

Editora Barracuda, 356 pgs

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

2 comentários:

  1. Muito bom este livro. Também gostei (e até um pouco mais) de Cão Come Cão. Estou com O Menino na fila de leitura. Salve Edward Bunker!

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    1. "Cão come cão" já está na prateleira, esperando a hora dele. Se é ainda melhor, vai ser o bicho (sem trocadilho). "O Menino" eu tentei, mas ainda não consegui encomendar. Já anotei o nome. Obrigado pela dica, Jair. E salve Bunker e toda essa galera boa de texto!

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