"Nem os mais ferozes", por Edward Bunker
Na leitura desse livro nervoso, você anda todo o tempo na companhia do tigre – que, aqui, escreve em primeira pessoa. Ele, o autor, passou boa parte da vida na prisão (OK, nem tão boa assim). A outra parte, a parte melhor, passou fora dela, em péssimas companhias e praticando péssimos hábitos – quase todos contra a lei. O bom é que o autor leu muito enquanto esteve preso. Dominou a técnica. Assim, além de roubar e matar, passou também a escrever bem demais. A prosa que ele derrama é ácida. Seus personagens são sujos – ele, mais ainda. Sua ótica é a do predador. O mundo ao redor é a sua caça; e os policiais atrás dele são seus perseguidores. O tigre está solto e você respira no mesmo ritmo que ele. Espremido entre esses dois lados da sociedade (vítimas e algozes), ele nos concede o raciocínio do criminoso. Ué, não gosta? Não leia. Ele não perdoa. Mesmo.
Editora Barracuda, 356 pgs
Muito bom este livro. Também gostei (e até um pouco mais) de Cão Come Cão. Estou com O Menino na fila de leitura. Salve Edward Bunker!
ResponderExcluir"Cão come cão" já está na prateleira, esperando a hora dele. Se é ainda melhor, vai ser o bicho (sem trocadilho). "O Menino" eu tentei, mas ainda não consegui encomendar. Já anotei o nome. Obrigado pela dica, Jair. E salve Bunker e toda essa galera boa de texto!
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