"Como o futebol explica o mundo", por Franklin Foer
Um judeu americano, jornalista político em Washington, escrevendo sobre futebol. De cara, duas perguntas se impõem, e as respondo na bucha: não, o livro não é ruim; e sim, o cara entende de bola – pelo menos, fora de campo. Dividido em dez irregulares capítulos (ou reportagens, já que não interagem ou se complementam), o autor flagra a questão futebolística em diferentes contextos mundo afora. Melhores são os textos sobre os gangsters de Belgrado, os hooligans marqueteiros do Reino Unido e os corruptos cartolas brasileiros, com destaque natural para o caricatural e inimitável Eurico Miranda. Interessante também o capítulo final, em que o próprio autor narra como, quando jovem, foi estimulado à prática futebolística, seguindo uma estratégia pedagógica adotada pelos yuppies dos anos 70, que consideravam o soccer menos violento que o football e causador de menores danos à auto-estima (do que esportes individualistas como o baseball). Bem, se o assunto futebol lhe interessa e você tem tempo disponível para uma leitura descompromissada, o livro vale a pena - mas não espere nada além de um bom bate-papo. O que já é alguma coisa.Jorge Zahar Editor, 219 pgs
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