"Fluminense", por Nelson Motta
Com a missão de escrever a história do Fluminense, clube então com o maior número de títulos estaduais no Rio de Janeiro, o autor apostou tudo no minimalismo histórico: preferiu abordar apenas três anos – 1975 a 1977 - e aquele que seria o mais qualificado grupo reunido pelo tricolor. O livro, no entanto, é decepcionante como foi o talentoso time. Mal amarrada, a obra fica distante de sua proposta de nos reconduzir à época referenciada. Naturalmente, tudo gira sobre a montagem de um elenco com excepcionais valores – tal como, em outra escala, faria o Real Madrid trinta anos depois -, mas que em instante algum se tornou um time excepcional (se muito, ciclotímico), se limitando à conquista de dois títulos regionais, apresentando performances e números desprezíveis, e duas eliminações em fases decisivas do campeonato brasileiro, ambas “em casa”. Não bastasse, uma postura de tiete do autor em relação a alguns dos nomes retratados – como Roberto Rivelino e Paulo César Lima – superdimensiona estes e outros. Um oba-oba, um desbunde, um sarro fenomenal; mas passageiro como uma noite ensandecida na New York City Discothéque. De mérito, situa no tempo e no espaço o meteoro Francisco Horta, reduzido à figura de um administrador visionário, sedutor, incompetente e passional.Ediouro, 157 pgs
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