Informal e emocionado estudo sobre a presença cigana na Europa Centro-Oriental – principalmente Albânia, Bulgária e Romênia. A autora descreve a diferenciada percepção de mundo dos ciganos, sua cultura avessa aos costumes dos povos que os hospedam e seu relacionamento com as demais etnias – os gadje. Flagra o conflito interno pela valorização da ciganidade. Relata, também, as idiossincrasias do povo cigano e suas obsessões – como a que têm pela limpeza das roupas, mas não pelo espaço na porta da sua casa - e seu interminável rol de superstições, indo ao total desconhecimento (ou desrespeito) em relação à propriedade pública. Para compor esse painel, a autora durante anos se hospedou entre os roma e foi, aos poucos, admitida por eles. O livro é um depoimento de quem deliberada e apaixonadamente se envolveu com um povo lendário – mas sobre o qual limitamos nosso conhecimento ao estereótipo medieval. 

Companhia das Letras, 342 pgs