"Memórias da Segunda Guerra Mundial", por Winston Churchill

quarta-feira, maio 18, 2011 Sidney Puterman

Para quem se pergunta quais são os maiores atrativos da leitura, esta obra permite um bom exemplo: torne-se confidente privilegiado de um dos sujeitos mais determinantes da história do Século XX e acompanhe por sua ótica (inglesa) a Segunda Guerra Mundial. De brinde, leve o estilo direto e espirituoso de WSC, que, en passant, troça com Stalin e outras personalidades com quem manteve estreita e tensa convivência. Churchill é encarado por muitos como o oponente que derrotou Hitler. Isso basta e justifica o interesse por sua trajetória e pelo que fundamentou suas decisões. O livro nos mergulha nas circunstâncias que moldaram a geopolítica contemporânea - em seu nascedouro. Nos confronta com as perspectivas traçadas pelo primeiro-ministro britânico e que, em grande parte, se vêem confirmadas, sessenta e cinco anos depois: da inviabilidade do comunismo à Europa unificada. Estas Memórias, ainda que restritas por naturais limitações diplomáticas (foram publicadas dois anos após o fim da guerra, em 1947, quando os principais personagens entrevistos permaneciam como protagonistas da política mundial), fazem por merecer lugar na estante de quem esteve por aqui no último século. Em tempo: as 1.135 páginas dos dois volumes são uma condensação – quem se dispuser a ler no idioma pátrio de Shakespeare pode optar pela obra completa. Seis divertidos volumes.

Editora Record, 1.135 páginas

PS: Não resisti à tentação em substituir a ilustração anterior do post. Opto pela imagem mais rica da notícia: o registro do pronunciamento de um presidente eleito na América Latina, 71 anos depois da publicação do livro, destacando Churchill e sua obra ao lado da Bíblia e da Constituição Nacional. Fosse Bolsonaro, Haddad, Boulos ou o Cabo Daciolo, não tinha como resistir.

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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