"Lembrancinha do Adeus", por Julio Ludemir
Para traçar um panorama abrangente da ascensão do crime no Rio de Janeiro dos anos 60 ao novo milênio, o autor se vale do recurso dramático de reunir um veterano de Ilha Grande e outras cadeias a um di menor recém iniciado no crime – ambos isolados no alto do morro, durante uma guerra entre comandos rivais. Sem uma única linha discursiva – à exceção do curto prólogo de cada capítulo -, o livro se resume a causos e diálogos recheados do jargão da bandidagem, um recurso sem fôlego para as 239 páginas da obra. Por conta disso, é díficil para o leitor acompanhar o vai-e-vem dos relatos e a própria dinâmica dos acontecimentos na favela. Eu, o leitor em questão, confesso que me perdi: em boa parte do livro não entendi direito o que se passava fora e dentro do esconderijo, local onde rolava a interminável conversa entre os dois bandidos e que se esparrama por todas as páginas. O livro é monocórdio e confuso – ainda que Ludemir, percebe-se, seja bem intencionado. Não bastou.Editora Planeta, 239 páginas
0 comentários: