"Lembrancinha do Adeus", por Julio Ludemir

sábado, maio 21, 2011 Sidney Puterman

Para traçar um panorama abrangente da ascensão do crime no Rio de Janeiro dos anos 60 ao novo milênio, o autor se vale do recurso dramático de reunir um veterano de Ilha Grande e outras cadeias a um di menor recém iniciado no crime – ambos isolados no alto do morro, durante uma guerra entre comandos rivais. Sem uma única linha discursiva – à exceção do curto prólogo de cada capítulo  -, o livro se resume a causos e diálogos recheados do jargão da bandidagem, um recurso sem fôlego para as 239 páginas da obra. Por conta disso, é díficil para o leitor acompanhar o vai-e-vem dos relatos e a própria dinâmica dos acontecimentos na favela. Eu, o leitor em questão, confesso que me perdi: em boa parte do livro não entendi direito o que se passava fora e dentro do esconderijo, local onde rolava a interminável conversa entre os dois bandidos e que se esparrama por todas as páginas. O livro é monocórdio e confuso – ainda que Ludemir, percebe-se, seja bem intencionado. Não bastou. 

Editora Planeta, 239 páginas

Sidney Puterman

Some say he’s half man half fish, others say he’s more of a seventy/thirty split. Either way he’s a fishy bastard.

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