Um tributo delicado à Stefan Zweig e à própria pesquisa que viabilizou o intenso e melancólico original de Dines, “Morte no Paraíso”. O autor não resistiu à beleza e à relevância do material obtido (e no qual se baseou para produzir sua principal obra) e compilou um livro de arte, com imagens de época e recortes dos jornais que testemunharam a passagem de Zweig pela América do Sul. Porém, esse tributo foi mais rico em intenção do que em resultado – o projeto gráfico deixa a desejar (visualmente confuso e monocórdio, ancorado em uma concepção ultrapassada) e o conteúdo pouco acrescenta à obra original. Para a graça incipiente do livro contribui também o engessamento provocado por uma produção bilíngue (no caso, português/alemão). Noves fora a pouco inspirada arquitetura da peça, impressa em bom couchê e em formato 21 x 28cm, com patrocínio do BB e outros financiadores federais, em edição assinada em tripartite (Fundação Biblioteca Nacional, Casa Stefan Zweig e Empresa de Marketing Cultural), resta uma carinhosa homenagem, que, em se tendo os meios, nunca é demais.

Editoras FBN / CSZ / EMC, 208 pgs